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Coluna 15/05/24

As variáveis na reeleição de Dr.Pessoa e o embate interno para indicar a vice

Duas dúvidas pairam sobre a pré-campanha do prefeito Dr.Pessoa (PRD) e uma terceira questão se impõe sobre os aliados e adversários. Vamos a elas: o prefeito da capital buscará a reeleição? Resposta: mesmo com uma turma grande da própria Prefeitura trabalhando pra que a resposta seja “não”, os aliados do núcleo duro garantem que a resposta é “sim”. Já tem um vice? Resposta: há um nome preferencial em avançada conversa (mais detalhes abaixo). Qual o impacto do prefeito em um eventual segundo turno em que ele não esteja? Sua presença, em si, forçará um segundo turno? Resposta: o Palácio da Cidade é uma força em si, incontornável, e no decorrer de uma campanha, seu peso é impossível de ser desconsiderado. Está em todos os cálculos.

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Dois D’s: Dr. e Dalva

Nem uma apresentadora de TV, nem uma grande empresária piauiense, nem um secretário municipal (este último, alvo de fritura fortíssima do fogo amigo). Também não será uma ex-deputada federal com força em Brasília. A vice do prefeito Dr.Pessoa deve ser mesmo uma advogada. O nome e o sobrenome: Dalva Fernandes. O convite oficial ainda não foi feito, mas as sondagens sim. Dentro do Palácio da Cidade, forças diversas entram em embates silenciosos pela influência na indicação. O martelo não está batido, mas foi levantado.

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Girl Power

Dalva defende os direitos das mulheres e as melhorias para a advocacia. No último triênio (2019-2021), ela presidiu a Comissão da Mulher Advogada, quando percorreu o estado na defesa das pautas femininas. Disputou a eleição de 2022 como candidata a deputada estadual pelo Republicanos, quando se aproximou mais do prefeito. Dr.Pessoa reiterou em diversas ocasiões que desejava ter uma vice mulher ao seu lado. Dalva é ligada ao presidente da Caapi, Talmy Tércio, advogado eleitoral de Dr.Pessoa desde antes do prefeito ser eleito deputado.

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Vice conta?

Considerando que nos últimos anos, os vices deixaram de ser figurativos (vide Michel Temer, com Dilma Rousseff e o próprio Geraldo Alckimin com o presidente Lula), a escolha não é mera formalidade. O petista Fábio Novo, escolheu (ou teve escolhido, depende de para quem você pergunta dentro da base), o médico Paulo Márcio (MDB), que dialoga com a classe média mais conservadora do eleitorado da capital. Sílvio Mendes (União Brasil)  uniu-se ao deputado Jeová Alencar (Republicanos). Sílvio tem a imagem e o discurso, Jeová faz a política. Ambos os vices tem um papel complementar aos cabeças de chapa.

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Vamos deixar o passado pra lá

O ainda vice de Dr. Pessoa (pois é indemissível), Robert Rios, foi figura central nos primeiros anos de gestão. Após o afastamento político, fica claro que o prefeito busca um novo perfil - menos combativo, digamos assim - para compor a chapa e tocar uma pré-campanha cuja imagem da gestão de Pessoa deve ser ponto central para as comparações dos adversários. 

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Ele vai e vai firme

Por fim, uma propalada desistência do prefeito à reeleição não é cogitada por ele, mesmo que eventualmente citada por aliados mais próximos nos bastidores. Motivo: eles preveem uma disputa duríssima e gostariam que Dr.Pessoa focasse os últimos meses em sua gestão administrativa. A ideia é rechaçada pelo prefeito, que tem demonstrado o ímpeto em defender, ele próprio, o trabalho desenvolvido quando recebeu a prefeitura da mão dos tucanos, após a pandemia de Covid-19. “Vejo o Pessoa sendo candidato até o final”, relatou um aliado, que também promete seguir com o prefeito até o fim.

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Quadro anuviado

Uma figura de proa na região Norte do Piauí, avalia como insólita a situação eleitoral em Parnaíba: “Quadro anuviado: são três candidatos estão com bom desempenho. Dr. Hélio passou de 30%, Zé Hamilton próximo a 30%, o candidato do Mão Santa ainda desconhecido, mas tende a subir”, analisou. 

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Pro tudo ou nada

Para esse político, está claro que a cartada do grupo governista pró-Dr.Hélio, é unir  ainda mais a imagem do experiente deputado a do governador Rafael Fonteles.  “É o peso do governo e nome do Rafael e Lula. E principalmente do Rafael”. Lula, mais popular em 2022 do que agora, ainda é cabo eleitoral, mas Rafael é mais. Para a oposição, vencer em Parnaíba é crucial para 2026. A cidade tem atenção redobrada dos dois lados.

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Testes do balão de ensaio

Para os observadores da política, a eleição de 2024 tem sido, desde já, um balão de ensaio para várias estratégias que o grupo político ligado ao governador Rafael Fonteles projeta experimentar em 2026. Exemplo: diminuição de partidos políticos da base, enxugando as chapinhas de vereador em Teresina foi tentada esse ano. Deu certo? Em partes. 

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Em 2026 vai ser um pouquinho mais complicado

“Difícil acontecer em 2026. Tentaram na eleição do Fábio (Novo), mas isso causa muito problema. Não foi do jeito que esperavam, mexe com muita gente. Só vereador, ter 300 (pré-candidatos) do lado do Fábio, é importante. Para estadual é pior, não vai ter condição de fazer (enxugamento de partidos)”, vaticinou um líder experiente no entorno petista. Será?

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Se conselho fosse bom

Ao ser questionado pelas pessoas do seu círculo sobre sua dedicação excessiva aos seus objetivos, saia pela tangente e diga que está apenas “aproveitando a vida” ou outra frase evasiva e politicamente correta. Seja uma dieta ou uma ideia para ganhar dinheiro, vale o mesmo: não revele nada e apareça com os resultados. A maioria ficará ressentida com sua determinação, o que só explicita a incompetência deles. Por aqui, não nos preocupamos em dizer coisas que incomodam (aliás, estamos aqui para isso), e a verdade é que, se você jogar com a regra dos outros, perderá. A casa sempre vence. Mova-se em silêncio.

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Cifrada das Réplicas

Prezando pelo bom jornalismo, a coluna abre espaço às réplicas de notas publicadas nos últimos dias. Infelizmente, respeitando o pedido das fontes, a identidade dos provocadores permanecerá em sigilo. Um “amigo”(muy amigo) do presidente da Eturb, João Duarte, o Pessoinha, respondeu à lista dos quatro pré-candidatos de Pessoinha a vereador de Teresina: “Que pena que meu amigo não vai eleger nenhum! (e inseriu um emoticon de gargalhada). Ao que consta, emissários de Pessoinha teriam respondido que “é melhor não eleger nenhum do que correr o risco de não ter nem legenda pra disputar”. A coluna não sabe do que se trata o contexto, mas fica o registro. Novas tréplicas nas edições posteriores da coluna. Aguarde.

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Foto do dia

O deputado estadual Evaldo Gomes e a secretária estadual de Esportes, Josiene Campelo, levaram essa semana, a um restaurante de tradicional culinária piauiense, a ex-deputada federal pernambucana Marília Arraes. Marília é vice-presidente da regional Nordeste do Solidariedade e principal opositora do Governo estadual na gestão de Raquel Lyra em Pernambuco. A coluna apurou que um dos temas centrais do encontro foi a conjuntura nacional, com a possibilidade crescente de oficialização da federação entre o Solidariedade e o PSDB, com vistas à eleição de 2026. Dessa forma, não custa perguntar: quem ficaria com o comando da federação SDD/PSDB no Piauí? Evaldo ou o ex-senador João Vicente Claudino? Ora, um está do lado do governador Rafael Fonteles (Gomes) e o outro, na oposição (Claudino). Faz toda a diferença. Respostas? Passe amanhã, leitor!

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A frase para pensar

“À minha mãe, Maria da Conceição Figueiredo Souza que, por ter gostado muito de mim, me deu confiança para viver, me deu confiança para me exibir. Não tive medo de ser ridículo, não tenho medo de morrer. Porque fui amado”, Henfil (1944-1988), cartunista e jornalista brasileiro, em dedicatória à mãe.

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